Presidente do PCO afirma que o Brasil não tem uma burguesia autônoma.
247 – Em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, da TV 247, o presidente do PCO, Rui Costa Pimenta, analisou o atual cenário político no Brasil e no mundo, destacando a influência do imperialismo sobre a elite econômica brasileira e o papel de Tarcísio de Freitas como representante desse grupo nas eleições de 2026. “É por isso que a burguesia brasileira apoia Tarcísio, porque é totalmente vinculada ao imperialismo. O grande capital brasileiro é associado ao capital americano. Não é autônomo”, afirmou.
Para Rui Costa Pimenta, a relação de dependência econômica e ideológica da elite brasileira com os Estados Unidos explica o alinhamento político com Tarcísio, governador de São Paulo, visto como o “candidato do mercado financeiro”. “O mercado é Biden, e não Trump. A extrema-direita é menos associada ao imperialismo do que a direita liberal, porque ela responde mais ao capital nacional do que internacional”, analisou, diferenciando as correntes políticas que disputam o poder no Brasil.
O contexto global também foi abordado, especialmente a posse de Donald Trump para seu segundo mandato nos Estados Unidos, em 20 de janeiro deste ano. Rui destacou que a primeira semana do governo Trump ainda não definiu claramente suas políticas. “Certamente não é a política do governo Biden. Ele lançou uma cruzada contra a censura, conseguiu o apoio de todas as empresas de tecnologia”, afirmou. Contudo, Rui não acredita que Trump repetirá práticas de governos anteriores no que diz respeito a intervenções militares. “Não acho que ele vá invadir o Panamá. Acredito que a política dele será menos intervencionista do que a dos governos anteriores”, avaliou.
Ao comentar o neoliberalismo, Rui foi contundente em sua crítica. “O neoliberalismo, a política oficial do imperialismo, é uma chaga”, declarou, associando essa prática econômica às dificuldades enfrentadas por países do Sul Global. Ele também reforçou que, historicamente, líderes como John F. Kennedy não se opuseram à política externa imperialista, mesmo tendo sido vítimas de seus próprios sistemas. “É seguro que Kennedy foi morto pelos serviços de inteligência do imperialismo. Kennedy não era um inimigo da política externa imperialista”, afirmou.
No âmbito nacional, Rui criticou a postura da burguesia brasileira em relação ao presidente Lula, afirmando que o apoio a ele só ocorrerá em um cenário de força incontestável. “A burguesia só irá apoiar o Lula se ele estiver muito forte. A burguesia não tem nenhum amor pelo Lula”, declarou. Ele também alertou que a oposição enfrentada por Lula hoje é muito mais perigosa do que a representada pelo PSDB no passado. “Lula vive no período anterior a 2016. A oposição não é o PSDB; é muito mais perigosa”, completou.
Sobre o papel das big techs, Rui Costa Pimenta reforçou que, embora seja contrário ao “liberou geral” das grandes plataformas digitais, acredita que os usuários devem ter liberdade para se expressar. “Não somos a favor do liberou geral das big techs, mas sim que os usuários tenham o direito de falar”, disse, em crítica à censura nas redes sociais. Assista:
Foto: Brasil247 | Divulgação
FONTE
https://www.brasil247.com/entrevistas/a-burguesia-apoia-tarcisio-porque-e-totalmente-vinculada-ao-imperialismo-diz-rui-costa-pimenta