O Brasil compõe uma fatia do cenário internacional em que prepondera uma estratégia política baseada na exploração de costumes.
Fidelizam-se à estratégia global de destruição da democracia, calcada em fake news, personas pouco aprazíveis. Gente como o deputado Nikolas Ferreira (PL), ponta-de-lança da onda deturpadora acerca do Pix, que, se não mentiu, semeou medo com a famigerada postagem viralizada. Trata-se de um aperitivo no grande cardápio de factoides a ser servido pelos próximos dois anos, até a eleição de 2026.
O Brasil compõe uma fatia do cenário internacional em que prepondera uma estratégia política baseada na exploração de costumes, em regras morais hipócritas e na disseminação despudorada de mentiras. Essa forma de fazer política – portanto, de fazer marketing político – sempre foi corriqueira nos Estados Unidos. Depois de um século importando geladeiras e comida processada, agora importamos dos americanos esse péssimo hábito.
Não é segredo que essa escola possui um mestre global, de quem figuras como Eduardo Bolsonaro são próximas. Steve Bannon paira sobre políticos, marqueteiros e influencers pouco afeitos à democracia. A onda fake sobre o Pix é Bannon puro, com pitadas de Duda Lima, aquele que foi socado por um assessor de Pablo Marçal na campanha para prefeito de São Paulo (ele trabalhava para Ricardo Nunes).
No caso brasileiro, o método Bannon ancora-se em órgãos de imprensa de direita, que respaldam teses descoladas da realidade, redes sociais e crenças arraigadas na própria família brasileira. Importante salientar que não se trata de um simples movimento conservador, mas anticivilizatório.
Há tempos circulam boatos de que Steve Bannon quer aportar no Brasil. De certa forma, já aportou. O sujeito e seus métodos comprometem a imagem dos marqueteiros em geral, entre os quais há muita gente boa, profissionais que se recusam a comandar campanhas baseadas em fake news.
Sabe-se que Lula e Sidônio Palmeira ouvirão o prefeito de Recife, João Campos, tido como dono de estratégia de comunicação saudável e eficiente. Pode ser, mas seguir modelos de marketing propositivos e honestos não vencerá as campanhas destrutivas da extrema-direita. Não se deve jogar o mesmo jogo sujo dessa turma, mas sim buscar punição exemplar para os criminosos da comunicação. Nunca foi tão urgente a criação de uma lei específica contra as fake news.
Foto: Divulgação/BC
FONTE: https://www.brasil247.com/blog/depois-do-pix-mais-e-piores-fakes-virao#google_vignette