Nos últimos anos, as redes sociais se tornaram um terreno fértil para a ascensão de lideranças políticas de extrema direita, criando uma nova geração de “marçais” que dominam a política contemporânea. Utilizando algoritmos e técnicas de marketing digital, youtubers e influenciadores neofascistas manipulam seguidores, mobilizam grandes audiências e, em muitos casos, entram para a política partidária. Esse fenômeno marca uma nova era de radicalização online e populismo digital.
Redes Sociais e Manipulação
Os influenciadores de direita, em sua maioria, utilizam as redes sociais para disseminar discursos polarizadores, conspiratórios e cheios de apelo emocional. Plataformas como YouTube, Instagram e Twitter se tornam campos de batalha ideológica, onde esses líderes digitais exploram o medo e a desconfiança em relação a instituições estabelecidas, gerando desinformação e fomentando sentimentos de revolta.
Os conteúdos produzidos são muitas vezes simplistas, buscando oferecer soluções fáceis para problemas complexos. Com isso, criam uma narrativa de “nós contra eles”, onde grupos minoritários, imigrantes, ou a esquerda política se tornam os inimigos a serem combatidos. A base de seguidores, isolada em bolhas de desinformação, passa a seguir esses influenciadores como figuras quase messiânicas, o que facilita sua transição para cargos políticos.
Lucas Pavanato: O Exemplo da Nova Geração de Líderanças
Um exemplo claro desse fenômeno é o caso de Lucas Pavanato, vereador mais votado de São Paulo em 2024. Pavanato é uma liderança que emergiu diretamente das redes sociais, onde, como youtuber, conquistou uma base fiel de seguidores com discursos alinhados à extrema direita. Sua popularidade online foi crucial para sua vitória nas urnas, exemplificando como as plataformas digitais têm produzido uma nova safra de líderes políticos neofascistas.
Assim como Pavanato, muitos outros influenciadores têm utilizado o poder de engajamento das redes para não só ampliar suas audiências, mas também se tornarem agentes diretos na política. Essa transição ilustra como o ambiente digital pode ser transformado em trampolim político, especialmente para aqueles que sabem manipular narrativas de ódio e medo.
O Fenômeno dos “Marçais” da Extrema Direita
A ascensão de figuras como Pavanato faz parte de um movimento mais amplo de “marçais” digitais que entram na política por meio da radicalização online. Diferente dos políticos tradicionais, esses novos líderes não dependem de alianças partidárias ou apoio midiático; suas campanhas são construídas nas redes sociais, onde constroem suas próprias plataformas e narrativas.
Esse processo tem profundas implicações para a política global. A democracia, baseada no debate racional e na mediação de ideias, enfrenta desafios quando a política se torna dominada por figuras que exploram a radicalização e a manipulação emocional. A narrativa extremista, impulsionada pela desinformação, transforma o processo eleitoral em um espetáculo de polarização.
Conclusão: A Nova Era Política
A “fantástica fábrica de marçais” da extrema direita, representada por figuras como Lucas Pavanato, inaugura uma nova era na política, onde o digital substitui o diálogo democrático por manipulação e populismo. Esses líderes utilizam as redes para distorcer a realidade e ganhar poder, enquanto mobilizam massas que acreditam estar em uma luta cultural e política. Essa tendência promete continuar crescendo, criando novos desafios para a manutenção de democracias funcionais e sociedades mais justas.
FOTO: Reprodução da live do Cinegnose
FONTE: Agência de Notícias ABJ – Associação Brasileira dos Jornalistas
( Reprodução autorizada mediante citação da fonte: Agência de Notícias ABJ – Associação Brasileira dos Jornalistas )