Historiador James Green alerta para os riscos de um segundo mandato de Trump e sua possível interferência nas eleições brasileiras de 2026.
247 – Em conversa com o Denise Assis Convida na TV 247, o historiador James Green, especializado em América Latina e profundo conhecedor da história recente brasileira, sobre a qual já escreveu vários livros, se diz muito preocupado com o destino dos Estados Unidos e do mundo, com a perspectiva de quatro anos de Trump no poder.
Em sua opinião, o presidente dos EUA que retorna à Casa Branca, não é o mesmo que chegou meio no susto, da primeira vez. “Agora ele já conhece como funcionam as coisas e sabe como se mover. Naquela primeira vez ele estava ali tentando se eleger mais para aumentar o seu prestígio, mas acabou chegando ao cargo. Desta vez, escolheu cuidadosamente os seus auxiliares. Veja que o Marco Rubio, indicado para tocar a política externa é um cubano anticomunista, da ultradireita, mesmo”, destaca.
Para o historiador, no entanto, essa experiência de um governo anterior, tem dois lados. “Ele sabe que não pode ir com muita força. Há limites. Ele vai ficar testando: vai tentar avançar, testar implementar as suas promessas, mas se achar que está indo muito além, retrocede. É assim o seu estilo. Avança e recua. Não vai contrariar fortes interesses”. Sobre as ameaças de tomar o Canadá, o canal do Panamá e a Groenlândia, classifica de “fantasias. Ele já entendeu como são as negociações. Joga alto para depois conseguir alguma coisa”, define.
Sobre o Brasil, Green está certo de que Trump vai interferir diretamente em 2026 e, sim, ele acredita que a aliança com os donos das redes sociais será uma arma usada contra o país. Em sua opinião, como os estadunidenses sabem pouco sobre o que se passa aqui, Trump se une à ultradireita, que vai para lá disseminar mentiras sobre os tribunais brasileiros, sobre Alexandre de Moraes e sobre Lula, cuja reeleição, “vai tentar impedir de todas as formas”, acredita. Assista:
FOTO: Wikimedia Commons
FONTE: https://www.brasil247.com/entrevistas/trump-pode-muito-mas-nao-pode-tudo-diz-james-green