O retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, marcado para segunda-feira, dia 20 de janeiro, já desperta temores em toda a América Latina, especialmente no México. A presidenta mexicana, Claudia Sheinbaum Pardo, declarou que espera o pior, antecipando deportações massivas e tensões na fronteira.
Os jornais mexicanos, como o La Jornada, relatam que Trump planeja militarizar a região, endurecendo o controle migratório e adotando medidas que podem transformar a fronteira em uma verdadeira “zona de guerra”.
Sheinbaum anunciou uma iniciativa conjunta com Honduras para enfrentar as possíveis deportações. Uma reunião virtual entre chanceleres da região está sendo organizada, buscando estratégias para mitigar os impactos sociais e econômicos das medidas de Trump.
A prioridade do México será proteger seus cidadãos residentes nos EUA, que desempenham papel essencial na economia americana. Além disso, Sheinbaum destacou que estados fronteiriços e outras regiões do país já estão se preparando para receber os deportados, oferecendo acesso a programas sociais e oportunidades de emprego.
Ela garantiu que seu governo já tem uma estratégia para lidar com deportações em grande escala. Entre as medidas estão a criação de abrigos na fronteira, ampliação de programas sociais e assistência para o retorno dos deportados aos seus locais de origem no México.
Segundo o Wall Street Journal, Chicago foi escolhida como alvo inicial das operações do Serviço de Imigração e Controle de Aduanas (ICE). A cidade, conhecida por ser uma “cidade santuário”, simboliza o confronto entre as políticas progressistas locais e a administração republicana de Trump.
O plano envolve centenas de agentes federais, que focarão em imigrantes com antecedentes criminais, incluindo delitos menores. Qualquer pessoa sem documentos será detida, aumentando a tensão entre as comunidades imigrantes.
Tom Homan, chefe do ICE, declarou que não tolerará obstruções das autoridades locais e ameaçou processar qualquer político que tentar interferir.
Além da crise migratória, a militarização da fronteira deve impactar outros temas sensíveis, como o tráfico de drogas e armas. Sheinbaum defende o diálogo bilateral para combater esses problemas, mas as expectativas de colaboração com Trump são baixas.
Durante um evento em Guerrero, Sheinbaum fez um apelo aos jovens para que defendam as conquistas sociais recentes e participem ativamente da transformação do país. Segundo ela, o futuro do México depende da mobilização de sua população mais jovem.
A escalada de deportações massivas e o endurecimento das políticas migratórias nos EUA poderão aumentar as tensões políticas na América Latina, colocando em xeque os direitos humanos de milhares de migrantes.
O retorno de Donald Trump à presidência promete um cenário de tensão e dificuldades para as relações entre os Estados Unidos e a América Latina. O México e seus vizinhos precisarão de estratégias eficazes para proteger seus cidadãos e responder à nova realidade imposta pela política migratória de Trump.
Essas medidas, que já despertam críticas globais, terão implicações duradouras, tanto para as comunidades imigrantes quanto para as relações diplomáticas entre os países envolvidos.
Foto: Presidência do México
FONTE: https://www.brasil247.com/blog/trump-promete-transformar-a-fronteira-com-o-mexico-em-zona-de-guerra