Em entrevista com o jornalista britânico Piers Morgan, divulgada nesta terça-feira, o ucraniano Volodymyr Zelensky informou que aceita negociar com o presidente russo Vladimir o fim do conflito entre os dois países.
“Se essa for a única configuração na qual podemos trazer paz aos cidadãos da Ucrânia e não perder pessoas, definitivamente iremos para essa configuração, para essa reunião”, disse o homem que ocupa irregularmente a presidência da Ucrânia.
Essa declaração marca uma mudança radical do discurso de Kiev e ocorre no contexto de derrota ucraniana ao longo de toda a frente de batalha. A declaração, surpreendente, também é consequência da drástica redução da ajuda militar dos EUA. Zelensky havia dito no passado que “jamais negociaria com a Rússia enquanto ela mantivesse tropas em território ucraniano”.
Resta saber se Moscou aceitará sentar-se à mesa com uma figura que não é mais presidente da Ucrânia e cujo mandato terminou no ano passado.
Neste sentido, Putin explicou:
“Se começarmos as negociações agora, elas serão ilegítimas. Porque quando o atual chefe do regime – essa é a única maneira de chamar Zelensky hoje – assinou esse decreto [que proibia negociações com a Rússia], ele era um presidente um tanto legítimo. Mas agora ele não pode cancelá-lo porque é ilegítimo. Esse é o truque, a pegadinha, a armadilha”, disse o líder russo.
FOTO: Wikimedia Commons
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